Dicas e sugestões para você entender melhor o cenário de inflação e decidir o que fazer.
Muita gente tem nos procurado, preocupados com o aumento no custo do Seguro de carros, motos, caminhões e máquinas agrícolas. Quando na verdade, esse aumento é um reflexo não da sinistralidade, mas sim do aumento no preço dos veículos. Nos últimos 3 anos o preço dos carros no Brasil teve aumento médio de 31% segundo a FIPE, enquanto a produção de montadoras no início deste ano caiu 27%. O reflexo disso é que no primeiro trimestre de 2022, as vendas de automóveis caíram 23,15% segundo o jornal Valor Econômico.
Mesmo as pessoas comprando menos carros, os preços dificilmente vão parar de subir ou voltarem a diminuir. E isso é reflexo de uma série de fatores que não terão soluções de curto prazo. Se você não possui carro e está pensando em comprar um, quer trocar o seu, ou até substituí-lo por uma moto, é importante você entender o cenário econômico, e avaliar suas necessidades antes de tomar qualquer decisão.
Porque os preços de carro não param de subir?
Desde o início da pandemia Covid-19 em 2020, os preços de veículos sofreram uma escalada grande no país. Hoje um carro zero de modelo popular não sai por menos de R$ 50 mil, e os veículos médios e SUVs por menos de R$ 100mil. Mesmo assim, diversos modelos enfrentam filas de 180 dias de espera, enquanto outros estão saindo de linha.
Mas o que muitos se perguntam é por que isso ocorre, e quando isso deve parar? A notícia não é muito positiva nesse sentido, e existem alguns fatores econômicos que vão contribuir para que esse preço dificilmente diminua:
Abastecimento mundial de peças
A paralização industrial ocasionada pela Covid-19 em 2020, quebrou diversos fornecedores de peças e estruturas de abastecimento das montadoras de veículos em cadeia Global. Mesmo após a retomada em 2021, diversos componentes ficaram prejudicados. No ano passado por exemplo, tivemos a crise dos chips e semicondutores, que forçou a paralização da produção de carros em diversos países.
E este problema logístico persiste. Nos últimos dois meses, os bloqueios industriais anti-Covid da China está produzindo reflexos. No Japão a produção de carros foi reduzida em 21%, atingindo marcas que possuem grande representatividade no Brasil como Honda que reduziu 54% da sua atividade, e a Toyota que reduziu 9%.
Tudo indica que dificilmente esse abastecimento de peças seja reposto até o próximo ano, considerando as guerras comerciais, os bloqueios industriais, e o risco de recessão que começa a circular no mercado financeiro.
Leia mais: Por que os carros estão tão caros no Brasil?
Efeitos da Macro Economia
Não é só no Brasil que está ocorrendo um aumento significativo de inflação. O mundo todo está sofrendo com os reflexos pós-pandemia de abastecimento de comodities, e também agravados por conflitos como a Guerra entre Rússia e Ucrânia. Os veículos geralmente utilizam aço na sua composição, e o produto teve alta no mercado global de 20% em apenas um mês, este ano. Além disso, a inflação interna do Brasil medida pelo IPCA (índice nacional de preços ao consumidor amplo) foi de 12,13% nos últimos 12 meses.
Somados esses fatores, o aumento no preço dos veículos também sofre impacto direto da macro economia. E isso pode ainda se agravar, considerando que nos últimos 12 meses o dólar se manteve estável, mas pode voltar a subir por consequência dos reflexos do mercado sobre o cenário eleitoral no Brasil em 2022.
Estratégia das montadoras
Mas não é só o fornecimento de peças que vem impactando o aumento do preço de carros. As montadoras também mudaram sua estratégia de produção de veículos, focada em carros mais modernos, econômicos e ecológicos. O resultado disso é um aumento do uso de tecnologia (chips e semicondutores), aumento do custo de produção, com o objetivo de aumentar os lucros, mesmo diminuindo a sua capacidade de produção.
A Caoa Chery por exemplo, anunciou em Maio o fechamento de uma de suas fábricas em Jacareí (SP), para remodelar seu parque para a produção de modelos elétricos e híbridos. Seguindo esta estratégia de produzir carros mais caros e modernos, diversas montadoras decidiram tirar de linha em 2022 modelos conhecidos entre o público brasileiro:
- For Ecosport,
- Fiat Uno,
- Volkswagen Gol,
- Honda Fit.
Com opções mais caras, carros como o Hunday Creta, um dos SUV’s mais vendidos do Brasil, sofrem aumento de 35%. E isso acaba se refletindo também nos veículos usados, que passaram a ser uma opção para quem deseja comprar ou trocar de veículo. Embora não exista uma escassez de opções, o fato de diversos modelos saírem de linha, geram um reflexo direto no custo das peças de manutenção e substituição dos carros usados. E consequentemente um aumento do preço dos veículos.
Qual a melhor estratégia para comprar ou trocar de carro?
Se os preços de veículos não devem diminuir, e pelo contrário, devem continuar subindo, os consumidores também precisarão definir uma estratégia para trocar de carro ou adquirir um, assim como fizeram as montadoras.
Defina sua prioridade de custo e necessidade
Comprar um carro nunca é uma compra única. Você precisa entender que junto com a compra do veículo vem uma série de custos indiretos de uso, manutenção, impostos e risco. São os mais comuns:
- IPVA (varia entre 1% e 4% do valor do veículo)
- Licenciamento anual (varia conforme estado)
- Seguro Anual (varia entre 3% e 10% do valor do veículo)
- Revisões Obrigatórias/Preventivas (varia conforme marca e modelo)
- Troca de Peças e Pneus
- Consumo de combustível
Fazer uma lista comparativa entre suas opções de compra, com todos estes itens ajuda muito sua decisão de qual veículo escolher. E muitas pessoas estão utilizando essa análise para trocar um carro. Seja substituir modelos mais caros como SUVs por veículos menores e compactos; ou até trocar carros por motos. Em maio de 2022, as vendas de motos elétricas que são movidas por recarga subiram 878%, um recorde absoluto e impressionante! E a escolha por motos elétricas, é motivada pelo baixo custo de manutenção, e o baixo consumo de combustível, principalmente por não depender da variação de custo da gasolina.
Mas nem sempre sua necessidade é atendida por motos econômicas. Muitos influenciadores e especialistas comentam sobre a “melhor hora” de se adquirir um veículo, sem levar em consideração a sua realidade, ou o seu momento de vida. Tente argumentar com uma pessoa que está prestes a ter um bebê, e mora em uma cidade com falta de opções de transporte público adequadas ou de oferta de transporte por aplicativos. Caso você tenha condições mínimas de ter um carro, você deixaria seu filho ou filha correr riscos de saúde, muitas vezes por não morar perto de um hospital, por conta das consequências da economia global?
Por isso, além de avaliar os itens acima relativos ao custo de comprar e manter um veículo, analise também as necessidades de transporte e locomoção da sua família, seja para trabalhar, estudar, acessar serviços importantes como saúde, fazer compras, e também de lazer. Segue algumas perguntas importantes:
- Quais as principais necessidades de locomoção minha e da minha família?
- Quais opções de transporte eu tenho em meu bairro?
- Com qual frequência eu e minha família utiliza cada uma delas?
- Qual o custo de utilizá-las diariamente, mensalmente e anualmente?
Tudo isso vai ajudar você a comparar esses custos com a aquisição e manutenção de um carro ou moto, e entender se faz sentido para seu orçamento a aquisição de um veículo. Lembrando que nessa hora, a parte mais importante é colocar lado a lado as despesas mensais das opções comprando ou não o seu veículo.
Avalie as opções de pagamento
Hoje não existe apenas uma opção de compra ou financiamento de veículos. Além dos tradicionais financiamentos, existem diversos modelos que se tornaram acessíveis:
- Financiamento (Crédito Direto ao Consumidor)
- Leasing veicular
- Consórcio de Veículos
- Carro por Assinatura
- Aluguel de Veículos
Cada opção tem seus prós e contras, mas vale a pena você conhecer cada modelo. Na OESTE SEGUROS, oferecemos essas opções a nossos clientes, e ajudamos você a escolher o melhor negócio.
Financiamento e Leasing: são as formas mais comuns e antigas de se adquirir veículos sem ser com pagamento à vista. Geralmente as financeiras, bancos ou montadoras cobram um valor de entrada (entre 10% e 50%), e oferecem um parcelamento do valor restante em até 120 meses. Até o término desses pagamentos, o veículo é de propriedade da financiadora. A vantagem é que você retira o veículo para seu uso, logo após o pagamento da entrada, e as parcelas não sofrem alteração até o término do pagamento. Porém, os juros geralmente são superiores ao da taxa SELIC, que hoje está em 12,75% ao ano, independente do veículo sofrer ou não uma desvalorização futura. A diferença entre o leasing e o financiamento é que no leasing você geralmente não paga o valor de entrada, mas para adquirir o veículo no final do contrato vai pagar um valor adicional pré-estabelecido. Na prática, você troca a entrada por um valor final, mas pode escolher não ficar com o veículo, devolvendo-o ou renovando esse contrato.
Consórcio: uma excelente opção para você programar uma compra ou troca no longo prazo, o consórcio possui juros bem menores que os de um financiamento comum. O grande problema é que você só consegue adquirir de fato o bem caso seja sorteado ou através de oferta de lances, cujo valor supera os 50% da entrada de um financiamento. Além disso, a taxa do consórcio varia conforme o preço final do bem. Se o seu carro teve uma valorização, as parcelas vão aumentando respectivamente. Por isso, o consórcio é recomendado para quem deseja fazer uma compra planejada.
Carro por Assinatura: cada vez mais em evidência, esses modelos de aquisição de veículo oferecem contratos atrativos por incluir também custos de manutenção, documentação, impostos e até seguros. Em alguns casos, eles oferecem até cashback caso o pagamento do contrato seja feito de forma antecipada. Na prática, você realiza um contrato que varia entre 1 e 5 anos, escolhe o modelo do veículo e a quilometragem que utilizará nesse período, e paga mensalmente um valor para utilizar o veículo. Algumas empresas como a Porto Seguro, oferecem serviços de revisão e seguros grátis nos pacotes de assinatura, e ao final do contrato uma opção para adquirir o veículo com desconto.
Aluguel de Veículos: muita gente tem optado por utilizar o transporte por aplicativos no dia-a-dia, e em eventuais viagens ou emergências, alugar um carro por curtos períodos. A vantagem é que atualmente existem diversas empresas que fornecem veículos, e que o custo das diárias caiu drasticamente nos últimos 10 anos, com opções a partir de R$ 80,00 por dia. Porém, pelo crescimento dessa demanda, e também a concorrência de disponibilidade com motoristas de aplicativos, hoje em dia é comum você ter que agendar com antecedência um aluguel veicular.
Agora que você já conhece todo o cenário e estratégias para trocar ou adquirir um veículo, é importante fazer suas contas, reflexões, consultar diversos fornecedores e tomar sua decisão. E não se esqueça: comprando seu veículo, faça um orçamento de seguro com a OESTE. Sempre temos excelentes preços para seguros de carros, motos e caminhões em todo o Brasil. Você conta ainda com uma equipe especialista para dar suporte em casos de acidentes e sinistros, economizando tempo e dinheiro.